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Nome da revista:  Revista de Enfermagem Referência IVª Série
Edição:  Edição N.º4
Data da edição:  2015-02-25
Comentários: 
Editorial:  O Poder do conhecimento - Capacitar os Enfermeiros
O conhecimento capacita os enfermeiros e, com esse poder, os enfermeiros capacitam os doentes, as famílias e as comunidades para prevenirem doenças e melhorarem o seu bem-estar. Nos últimos anos, tive o privilégio de me reunir com muitos colegas de diferentes partes do mundo e, em virtude desses encontros e diálogos, fiquei muito mais otimista em relação ao papel que os enfermeiros conseguem e estão efetivamente a desempenhar ao nível da influência das políticas de saúde. Este papel é reforçado pelo incrível poder do conhecimento que estão a desenvolver. Os enfermeiros estão cada vez mais empenhados em desenvolver conhecimento na área da enfermagem através de centros de investigação, programas de investigação, teorias da prática, narrativas vivenciais, estudos de caso, análises históricas, entre outros. Existem muitas tendências positivas na formação de estudantes de enfermagem e no processo de desenvolvimento do conhecimento, o que indica progressos no apoio ao desenvolvimento de melhores práticas para a prestação de cuidados de qualidade baseados em evidência. De seguida, apresento algumas das tendências que tenho observado.
Um maior envolvimento de jovens estudantes de enfermagem durante as fases iniciais dos seus percursos académicos Os Centros de Investigação abriram as suas portas aos estudantes do 1º ciclo do ensino superior desde muito cedo, oferecendo-lhes oportunidades para desenvolver o seu interesse pela pesquisa e aprendizagem na área da investigação em enfermagem. Os jovens estudantes têm a possibilidade de trabalhar com investigadores conceituados, aperfeiçoando competências de raciocínio crítico e desenvolvendo o interesse em aprender mais sobre os processos de pesquisa e investigação. Eles podem, assim, observar os investigadores na prática, desde a identificação do problema à tradução dos resultados da investigação.
Aumento da globalização Também pude constatar os efeitos da globalização. Para além de observar alunos brasileiros a estudar em universidades portuguesas e alunos australianos a estudar em universidades malaias, também verifiquei intercâmbios regionais na Europa, Ásia e África, entre outros. Por outras palavras, estão a ocorrer intercâmbios dentro dos continentes, mas também entre continentes. Existem bastantes vantagens associadas aos intercâmbios regionais, tais como pedagogias de ensino e aprendizagem menos dispendiosas e culturalmente mais competentes. Existe um melhor entendimento dos problemas de saúde a nível regional e uma maior confiança na implementação de estratégias consistentes com as prioridades e as políticas de saúde da região. Para além disso, verifiquei também que tirar partido dos intercâmbios regionais contribui para uma maior compreensão das capacidades regionais e, nesse sentido, surgem líderes regionais capazes de influenciar políticas e colaborações culturalmente mais congruentes. Duas regiões com líderes que estão a influenciar mais do que os respetivos países são a União Europeia e África. Os líderes emergentes em Espanha são chamados a redesenhar políticas educativas para a Europa, enquanto os líderes emergentes no Botsuana e na África do Sul são escolhidos para falarem e agirem em nome de muitos dos países africanos. No passado, os intercâmbios centravam-se mais na realização de programas de estudos em universidades dos E.U.A., da Austrália ou do Reino Unido. Os estudantes formados nestas instituições passavam por um enorme processo de recalibração para utilizarem conhecimentos mais compatíveis com o respetivo contexto cultural.
Inovações emergentes Em terceiro lugar, observei o surgimento de inovações ao nível do ensino e da prática em enfermagem. Um exemplo claro é o recém-criado programa doutoral na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal, sob a liderança da neurocientista Dra. Catarina Resende Oliveira. Este programa pretende recrutar médicos, enfermeiros, dentistas, veterinários, entre outros profissionais de saúde, com o objetivo de elaborar um tronco comum e trabalhar com tutores interdisciplinares, bem como desenvolver um conhecimento mais integrado para os sistemas de saúde. Tal como em qualquer programa novo, também este é dinâmico e está em mudança, refletindo uma abordagem mais inovadora e futurista a cuidados de saúde mais integrados e baseados em equipas. À medida que este programa for amadurecendo, irá refletir e operacionalizar algumas das recomendações do relatório do The Lancet Health professionals for a new century: transforming education to strengthen health systems in an interdependent world (Profissionais de saúde para um novo século: transformar a educação para reforçar os sistemas de saúde num mundo interdependente). Este é um programa inovador que muito provavelmente impulsionará a criação de programas semelhantes noutras regiões do mundo.
Outro exemplo de inovação consiste na revista de investigação desenvolvida por estudantes de doutoramento da Universidade de Alicante. Por um lado, as revistas de investigação, como esta, são um sinal do progresso científico da disciplina, por outro lado, a organização de uma revista de investigação por parte de jovens estudantes investigadores é um exemplo notável do compromisso inicial com a formação académica e um indicador de progresso de uma disciplina. Existem muitos outros exemplos de boas práticas inovadoras desenvolvidas por enfermeiros com vista ao avanço do conhecimento e à melhoria da prestação de cuidados às comunidades. Convido os leitores a identificar algumas dessas inovações e a partilhá-las nesta revista.
No sentido de valorizar estas tendências positivas e estimulantes e responder a outras tendências mundiais partilhadas por todas as disciplinas, incluindo a complexidade de questões de saúde, as alterações demográficas, as alterações na colaboração nacional e regional, as revoluções do século XX em termos de conhecimento ao nível dos cuidados de saúde, a crescente atenção dada aos determinantes de saúde e de doença através da epigenética e a crescente importância da identificação dos marcadores genéticos na individualização de cuidados e na prestação de cuidados rigorosos de saúde, recomendo a utilização dos 4 Cs: Colaboração, enquadramento concetual Coerente, Conectividade e baseado na Comunidade.

Colaboração Permitam-me que aprofunde a questão da colaboração. Os programas de investigação em enfermagem devem incluir investigadores multidisciplinares. Isso exigirá também planos de estudos recetivos à inclusão de conteúdos interdisciplinares. Os enfermeiros investigadores terão de compreender as metodologias de investigação fundamental, bem como as estratégias das ciências humanas. Por outro lado, os jovens académicos devem ser orientados por uma equipa interdisciplinar e interprofissional de mentores.
Enquadramento Concetual Coerente Embora os enfermeiros académicos devam ser bem versados nas ideias defendidas pela respetiva disciplina e uma voz em investigação que reflita as prioridades da enfermagem, sempre que trabalharem em equipas interdisciplinares, os membros devem esforçar-se por desenvolver enquadramentos concetuais integrados que reflitam a saúde e o bem-estar dos doentes, das famílias e das comunidades. Os princípios desses enquadramentos concetuais devem refletir a nossa missão social, o contrato que estabelecemos com as sociedades para prestarmos cuidados de qualidade que melhorem o autocuidado, tratem os sintomas, evitem doenças e promovam o bem-estar. Este contrato deve refletir a equidade na prestação dos cuidados, garantindo acesso às populações mais vulneráveis e desenvolvendo o conhecimento para eliminar disparidades na prestação de cuidados de saúde.
Conectividade Esse contrato com a sociedade deve também refletir uma formação académica e uma investigação que abordem as prioridades sociais nos cuidados de saúde. Cada investigador deve ser desafiado a demonstrar de que forma a sua investigação contribui direta ou indiretamente para responder às prioridades nacionais de saúde, às questões de saúde a nível regional e talvez até às questões de saúde a nível mundial.
Baseado na Comunidade Com a crescente urbanização, o envelhecimento da população, a diminuição de recursos para a área da saúde , o aumento de doenças não transmissíveis e de doenças crónicas e as mudanças nos estilos de vida, sendo que todos estes fatores requerem cuidados de saúde continuados, especialmente em populações sociocultural e educacionalmente diferentes, os académicos podem conceber a sua investigação de forma a integrar estratégias baseadas na comunidade. Isso exigirá a criação de parcerias com as comunidades e a investigação de questões relacionadas. Estas estratégias baseiam-se nas competências de enfermagem ao nível dos cuidados domiciliários e comunitários.
Com os progressos realizados ao nível do ensino da enfermagem a nível mundial, o compromisso com a academia em enfermagem e o espírito inovador que os enfermeiros têm demonstrado e que que está a surgir mais recentemente na abordagem às questões relacionadas com cuidados de saúde a nível mundial, os enfermeiros estão na melhor posição possível para influenciar mudanças nos cuidados de saúde. Os enfermeiros académicos produzem e utilizam o conhecimento na prática baseada em evidência e na concretização de mudanças ao nível das políticas. O conhecimento baseado em enquadramentos concetuais coerentes e colaborativos, relacionado com as prioridades de saúde a nível nacional e baseado na comunidade pode ser o recurso e o catalisador necessário para melhorar o acesso equitativo a cuidados de saúde de qualidade. O conhecimento capacita os enfermeiros e os doentes.

Afaf I. Meleis, PhD, DrPS (hon), FAAN
Professora de Enfermagem e Sociologia
Escola de Enfermagem, Universidade da Pensilvânia

Ficha técnica:  Ver ficha técnica

Secção Artigo de Investigação
Total: 3 registo(s)
Competências parentais: construção de um instrumento de avaliação
Alexandrina Cardoso*; Abel Paiva e Silva**; Heimar Marín***
Questionário de Avaliação da Literacia em Saúde Mental – QuALiSMental: estudo das propriedades psicométricas
Luís Manuel de Jesus Loureiro*
Validação cultural do Adolescent Pediatric Pain Tool (APPT) em crianças portuguesas com cancro
Ananda Fernandes*; Luís Batalha**; Ana Perdigão***; Catarina de Campos****; Lucila Nascimento*****; Eufemia Jacob******

Secção Artigo
Total: 13 registo(s)
Construção e validação de uma escala de adaptação a ostomia de eliminação
Clementina Fernandes de Sousa*; Célia Santos**; Luís Carlos Carvalho Graça***
Conteúdo e violação do contrato psicológico em enfermeiros chefe
Maria Jacinta Pereira Dantas*; Ana Paula Ferreira**
Depressão no idoso: sintomas em indivíduos institucionalizados e não-institucionalizados
João Frade*; Patrícia Barbosa**; Susana Cardoso***; Carla Nunes****
Escala de Avaliação de Papéis Familiares: avaliação das propriedades psicométricas
Isabel Maraia Batista de Araújo*
Incidência e fatores associados com o desenvolvimento de flebite: resultados do estudo piloto de uma coorte
Lyda Zoraya Rojas-Sánchez*; Dora Inés Parra**; Fabio Alberto Camargo-Figuera***
Modelo de validação de conteúdo de Pasquali nas pesquisas em Enfermagem
Rosana Kelly da Silva Medeiros*; Marcos Antonio Ferreira Júnior**; Diana Paula de Souza Rêgo Pinto***; Allyne Fortes Vitor****; Viviane Euzébia Pereira Santos*****; Elizabeth Barichello******
Newsletter UICISA:E

Perceção de pais e enfermeiros sobre cuidados de Enfermagem em neonatologia: uma revisão integrativa
Catarina Renata Ribeiro*; Cristina Maria Moura**; Catarina Sequeira***; Maria do Céu Barbieri****; Alacoque Lorenzini Erdmann*****
Prevenir a hipotermia no perioperatório: revisão integrativa da literatura
Inês Guedes Lopes*; António Manuel Sousa Magalhães**; Ana Luísa Abreu de Sousa***; Isabel Maria Batista de Araújo****
Qualidade de vida dos utentes dos cuidados de saúde primários do distrito de Vila Real
Alexandrina Lobo*; Amâncio António de Sousa Carvalho**; Jacinta Pires Martins***; Maria João Filomena Santos Pinto Monteiro****; Vitor Manuel Costa Pereira Rodrigues *****
Tradução e adaptação da Spirituality and Spiritual Care Rating Scale em enfermeiros portugueses de cuidados paliativos
Andreia Raquel Martins*; Sara Pinto**; Sílvia Caldeira***; Francisco Luís Pimentel****
Trajetória histórica da reforma psiquiátrica em Portugal e no Brasil
Antonio José de Almeida Filho*; Fabíola Lisboa da Silveira Fortes**; Paulo Joaquim Pina Queirós***; Maria Angélica de Almeida Peres****; Telma Sofia dos Santos Vidinha*****; Manuel Alves Rodrigues******
Vivência dos pais durante a hospitalização do recém-nascido prematuro
Nelita Gonçalves Vieira Fernandes*; Ernestina Maria Batoca Silva**



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